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Seguindo o plano previsto, este blog mudou para endereço dentro do Correio da Manhã. Os leitores do feed e da newsletter nada perderam: ambas as edições reflectem já a publicação dentro do novo endereço. Bem como os leitores nas redes Twitter e Facebook. Só faltava colocar aqui, na web, o letreiro da mudança. Fica: http://comunidade.xl.pt/CMJornal/blogs/ondasnarede/default.aspx


O colunista do New York Times David Carr não escreveu este título sobre os títulos dos jornais. David Carr escreveu, sim, uma das suas colunas no NYT sobre o que ele considera uma perda.

Em síntese, David Carr (não confundir com Nicholas Carr, crítico da tecno-utopia e autor de, entre outros, "Is Google Making Us Stupid?") lamenta que a ditadura dos algoritmos prejudica a qualidade dos títulos. Ou seja, a Internet e a optimização para os motores de pesquisa obrigam o jornalista -- ou o titulador, figura que existe em muitas redacções -- a produzir títulos descritivos, em vez de criativos.

"Os títulos dos jornais eram antigamente escritos com os leitores em mente, sendo espertos, interessantes ou  evocativos. Hoje as headlines existem apenas para serem apanhadas no radar dos motores de pesquisa", escreveu David Carr.

Na realidade Carr apresenta-se um pouco fora dos factos, quer a montante, quer a jusante da sua argumentação. Começo a montante.

Historicamente os títulos dos jornais foram objecto de muitas mutações. Podemos dividir a origem dessas mudanças em 2 tipos: as produzidas pelo homem, na evolução própria do conceito de jornalismo, que também se foi modificando ao longo dos últimos 200 anos; e as forçadas pelas mudanças técnicas na impressão dos jornais.

As mudanças técnicas, como os saltos da tipografia manual para as máquinas de compor e sobretudo da tipografia do chumbo para o offset, obrigaram a maiores alterações na medida em que alteraram os tamanhos e proporções dos títulos. Em geral, encurtaram batidas. Ouvi muito jornalista e diretor de jornal queixar-se da "ditadura do off-set", que "reduzia a criatividade" pois passámos a dispôr de menos batidas para os títulos. O desktop publishing devolveu parte da elasticidade perdida com o off-set ao liberalizar o uso da condensação das fontes.

Independentemente dos condicionalismos técnicos, a obrigação dos títulos interessantes sempre existiu e de alguma forma veio a tornar-se cada vez mais importante. Por uma razão de mercado, mais que qualquer outra: o aumento da concorrência estimulou a produção de títulos capazes de agarrar os olhos do leitor. Isto é especialmente verdade para as primeiras páginas. No interior dos jornais a "regra" aplica-se na mesma, por força do menor tempo de que as pessoas foram dispondo para ler os jornais.

Assim, Carr parece centrado num pequeno período da história dos jornais: o último quarto do século passado.

A jusante, Carr revela menos conhecimentos. É verdade que no universo dos algoritmos um título descritivo leva teoricamente vantagem sobre um título que recorra a figuras de estilo como a ironia. Mas essa vantagem existe independentemente dos algoritmos: por muito que Carr e outros intelectuais não o compreendam, há muita gente incapaz de processar a ironia nos seus cérebros. E essa gente pode não ler o New York Times de papel, mas pesquisa na Internet e pode acabar a ler o New York Times on-line.

Mais: a subida e descida nos motores de pesquisa é condicionada por centenas de outros fatores. Embora seja aconselhável o título descritivo, um título irónico ou inteligente pode surgir no topo do Google, assim se conjuguem outros aspectos da optimização: a relação das palavras do título com as outras palavras da página, as primeiras linhas, a descrição do assunto... e por aí fora, não pretendo dar uma lição de SEO (nem seria a pessoa indicada).

Carr (como tantos outros que descobriram o SEO serodiamente) erra na avaliação. Os títulos descritivos têm outro destinatário. Os olhos dos leitores. A sua capacidade de discernimento numa fração de segundo. O leitor on-line não comprou o jornal, o que é meio caminho andado para ler cada artigo contido nas suas dezenas de páginas. Para o leitor on-line, cada artigo É uma manchete, um jornal, uma peça única, que não está embrulhada num pacote com dezenas de outras. Vai avaliar cada artigo no mostruário, na "banca virtual", antes de clicar para o ler.

É por isso que o título do exemplo clássico que lhe é tão querido, "Headless Body in Topless Bar", funciona tanto on-line como off-line. Não por ser "search-engine friendly" (não é), mas por ser "human-irresistible".

A fechar: o atraso de David Carr na aquisição de conhecimento sobre o meio on-line faz com que centre as suas atenções na optimização para motores de pesquisa quando ela está largamente ultrapassada. Hoje em dia, toda a gente já se optimizou pelo que o SEO perdeu a importância de ser decisivo. A batalha pela atenção -- isto é: a importância do título -- joga-se já há algum tempo nas redes sociais. Ou seja: nas pessoas. Na audiência. nos leitores. Humanos, não máquinas. Cérebros e nervos e contexto cultural, não algoritmos. As pessoas que vão partilhar uns títulos em vez de outros. As pessoas que vão recomendar um artigo em vez de outro.

Isto aliás explica o sucesso do truque que David Carr usou no título da sua coluna no NYT. Não foi nada o SEO que levou "Taylor Momsen Did Not Write This Headline" a ser muito lido, mas o facto de provocar os leitores que, na sua maioria, desconfio, sabem mais sobre SEO que o articulista ;) Aquele truque fez muito sucesso há 5, 6 anos, quando ainda era possível subir nos motores de pesquisa usando truques desse género. Hoje faz parte do legado cultural do meio ambiente reticular. Ou seja: dá um título bem "catchy". Se é que me fiz entender :)
Descobri há pouco este excelente infográfico que nos retrata num olhar o "boom" das redes sociais através dos tempos -- isto é, da última década...

Os números, da Alexa e do TechCrunch, são de Novembro, mas a menor actualidade não tira o valor ao trabalho gráfico, mérito da Focus, uma empresa de pesquisa com uma aproximação aberta aos dados. Ora vejam.



Um grupo de amigos decidiu levar o entusiasmo para lá da fase de sonho e no próximo sábado lança um balão de alta altitude que deverá subir até 30 quilómetros, na estratosfera, e depois rebentar, devolvendo ao solo uma caixa repleta de equipamento de registo. O Spacebits project nasceu da iniciativa do director técnico do Sapo, Celso Martinho, juntamente com dois colegas na empresa, Filipe Varela e Fernando Afonso, e Filipe Valpereiro, professor na Universidade Fernando Pessoa. O balão é lançado no domingo, dia 30 de Maio, em Castro Verde, com hora marcada para as 11:00. Calculam que o balão-sonda deverá gastar cerca de 2 horas até chegar aos 30.000 metros de altitude, onde deverá rebentar, devolvendo ao solo, amarrada a um pára-quedas, uma caixa repleta de electrónica e uma câmara digital que registará video e fotos. Toda a informação, bem como dezenas de fotografias que documentam a preparação do projecto, encontra-se no site do Spacebits project. A caixa, ou prova, tem entre outros aparelhos um GPS que permitirá seguir a experiência nos seus 2 movimentos, ascendente e descendente. A sua recuperação poderá mesmo tornar-se num acontecimento social, seguido tanto física e virtualmente. O evento pode ser acompanhado no local ou pela Internet em tempo real. Com efeito, o projecto tem, além do website, conta no Twitter e grupo no Facebook. No website apresenta-se um dashboard -- um conjunto de mostradores que vão exibindo em tempo real diversas informações como a altitude, a pressão, a humidade e a localização geo-referenciada, com recurso a um mapa. Esse dashboard está nesta altura em fase de demonstração, veja a imagem abaixo e marque já este endereço para seguir no domingo: spacebits.eu/live.
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É um momento histórico. A conta no Twitter da pop singer Britney Spears tornou-se a mais seguida, destronando a conta do actor Ashton Kutcher, que liderou a tabela dos mais populares no Twitter durante um ano.

Foi algures hoje, segunda-feira dia 24 de Maio que @BritneySpears passou os 4.940.000 followers, batendo @aplusk.

Há quem refira a "injustiça" do acontecimento, alicerçada no facto de não ser a própria Britney a alimentar a conta, enquanto Kutcher tuíta ele próprio...

Curiosidade é o número de tweets diários: enquanto Britney mantém uma média de 1,7 post por dia, Kutcher atinge 11,2. O topo da tabela dos mais populares no Twitter está cada vez mais ligada à popularidade fora daquela rede. Dos 5 primeiros Ashton Kutcher é, aliás, o menos mediático.


 
A FIFA espera que o Mundial de futebol que começa em Junho na África do Sul supere todas as marcas registadas no tráfego das redes sociais.

"O futebol é o maior desporto do mundo, pelo que o mundo praticamente vai parar durante o mês do Campeonato", disse à CNN Matt Stone, diretor de new media da FIFA.

É bem capaz. No último Mundial não havia Twitter, o Facebook dava os primeiros passos e o Youtube era uma novidade. Mesmo as redes sociais estavam numa fase embrionária, longe da massificação a que hoje já assistimos.

Já no Europeu, há 2 anos, o acompanhamento através das redes sociais foi escaldante. É só imaginar o que vai acontecer agora com uma prova que é mais global e envolve países não-europeus com milhões de cidadãos aderentes às redes, como os Estados Unidos e o Brasil. Isto sem falar do número global de aderentes, que deverá ser 10 vezes maior do que há 2 anos.
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Google Pac Man é o título da coluna de hoje no Correio da Manhã. Em vez de repetir aqui a sua publicação, fica o link para o artigo dentro do site do jornal.

Recordo que aqui mesmo, na extensão online da coluna, publiquei ontem uma notícia em cima da hora sobre o logotipo da Google.

Entretanto, hoje iniciei a colaboração episódica Mundial na rede, uma coluna inserida na separata Mundial 2010 que o Correio da Manhã publica de hoje, 22 de Maio, até ao final da competição. O primeiro artigo intitula-se Zé "web" Castro e é sobre a arma secreta de Carlos Queiroz (atrás da qual o Sporting já andou, parece que repetidamente). Mesmo sem compreender Queiroz, fiquei fã do Zé Castro :)

A Google tem marcado o crescimento da Internet de forma bem vincada. A sua personalidade vai fazendo a história da rede e das suas culturas.


Hoje, mais um admirável exemplo: assinalando os 30 anos do famoso jogo de consolas Pac Man, a empresa arriscou modificar o logotipo do seu motor de pesquisa, tornando-o numa cópia do jogo -- uma cópia jogável, entenda-se!

Não é novidade a Google modificar o seu logotipo para um aniversário ou outro marco (aqui a colecção oficial dos logotipos da Google). Mas nunca tinha visto um que fosse também um jogo...



ACTUALIZAÇÃO: um press-release da Google, recebido minutos depois de ter escrito o artigo, confirma que é o seu primeiro logotipo (eles chamam-lhe doodle) interactivo. Segue excerto da nota de Imprensa:

Hoje, dia 21 de Maio, assinalando o 30º aniversário do Pac-Man, um dos mais reconhecidos ícones da história dos jogos, a Google anuncia o seu primeiro doodle interactivo e jogável. Nele, os utilizadores poderão reviver tempos antigos e nostálgicos e jogar um dos jogos mais adorados dos anos 80 (e talvez de todos os tempos) a partir do doodle Google.


Para prestar a homenagem que o Pac-Man merece, enquanto elemento inovador no mundo dos jogos, a Google incluiu no doodle muitas das características únicas do jogo original Pac-Man. Da recriação das distintas personalidades dos diferentes fantasmas Inky, Blinky, Pinky e Clyde aos bugs de programação do jogo original, o designer da Google, Marcin Wichary com o Google doodler, Ryan Germick, permaneceram o mais fiéis possíveis ao espírito do Pac-Man.


Através de um simples clique no botão “inserir moeda” que substitui o botão “sinto-me com sorte” no motor de pesquisa ou aguardando-se dez segundos, o jogo irá iniciar-se automaticamente. Os utilizadores terão depois 48 horas para tentarem atingir o nível 255, até que o doodle saia de cena.
Nem por um instante duvido que a agência que fez a campanha portuguesa do Mitsubishi ASX já canta vitória e vai, se o não fez já, impressionar o cliente com os "resultados". Desde que falem de nós, não há má publicidade.


(foto de Wonderm00n)

Mas a campanha é também uma prova da ignorância com que pessoas do meio da publicidade continuam a movimentar-se na rede. Isto quando passamos o ano de 2010, quase duas décadas passadas sobre a invenção da World Wide Web.

Quando vi o outdoor pela primeira vez -- um sorvedouro de gasolina pintado de azul com um facebookiano botão "+1 Add as Friend" -- sorri. Apostei logo ali, na Segunda Circular, que vinha aí borrasca. É quase uma regra, isto de os publicitários se verem compelidos a imitar o que é criado no âmbito da cultura popular, levando os sinais para dentro dos anúncios. Quase sempre o resultado final é do género mais-valia-estarem-quietos.

Claro que este meu pensamento é o que os publicitários classificarão de arrogância elitista. Os "números", dizem eles, legitimam a sua afirmação.

Quem sou eu para os contrariar.

Acontece apenas que tenho uma opinião sobre os autores desta campanha. Não é uma opinião lisonjeira. Eu até admito como válida a ideia de aproveitar a onda popular de reconhecimento pictórico do botão do Facebook, sobretudo -- e isto é importante -- entre as pessoas que são o alvo do anúncio. Daí em frente, está tudo errado.

Não vou tão longe como o Fernando Fonseca no título O Mitsubishi ASX no Facebook ou como ser estúpido que nem uma porta, Fernando que ainda por cima, há semanas, tinha escrito um artigo cuja leitura é altamente recomendável a todos os publicitários: Como as marcas andam a invadir a nossa privacidade no Facebook. Nem posso ser tão detalhado como o Bruno Ribeiro, que explica tudo muito bem explicadinho neste artigo, Mitsubishi Gasta Dinheiro Para Mostrar que Não Percebe o Facebook.

Sintetizo os principais argumentos antes de finalizar:
  • O Facebook tem um enquadramento próprio para as promoções: chama-se "página". A campanha ignorou os termos de utilização do Facebook e, pior, as suas práticas comuns;
  • O Mitsubishi ASX tem um perfil no Facebook como se fosse uma pessoa, o que é:

    1. contra as regras do Facebook;
    2. desrespeitoso para com as pessoas que têm perfis no Facebook;
    3. insultuoso para quem aprecia as diferenças, favoráveis ao consumidor, do ambiente da rede face ao ambiente dos media antigos;
  • Usar um perfil implica obrigar o interessado no carro a uma acção aberrante: amigar-se com um veículo para obter mais informação sobre ele. A forma correta está no botão ao lado: criar uma página da qual as pessoas possam, ou não, gostar, mas na qual podem consultar livremente toda a informação.
Para ficar bem na fotografia do cartaz e dar um toque de modernaço ao SUV, a agência sacrificou a relação com a web, o ambiente reticular e as suas regras de funcionamento. Se a ideia era reduzir o cartaz --propaganda de massas como nenhuma outra -- a um link (errado, ainda por cima, como se vê na foto acima) para um site onde a comunicação é errada, como comprova o reduzido número de "amigos" (média de 120 por dia na última semana), menos sentido faz.

Se não foi ignorância, foi o quê?

Termino com o website do novo ASX. Parto do piedoso princípio que a agência pediu autorização ao Facebook para copiar o design. Dito isto, a colagem gráfica ao Facebook pode parecer muito criativa no primeiro olhar mas ao segundo revela-se precisamente o contrário. É uma cópia desinspirada e sem sentido e, em última análise, cria uma camada de ruído que não ajuda a perspectivarmos o veículo enquanto tal.



Os empresários dos media têm preferido recriar os muros para colocar os conteúdos dentro, meter uma porta e cobrar acesso para os dois lados. Contam-se pelos dedos de uma mão os exemplos de jornais no mundo inteiro que já perceberam que (re)criar a escassez é um caminho preferível. Eis mais um exemplo de como se pode criar escassez num mundo de abundância -- e lucrar com isso sem afetar a marca e a relação com a audiência.

O exemplo é a da Teefury. A Teefury vende t-shirts para todo o mundo. Eu já comprei meia dúzia, a 9 dólares a peça (mais portes). O que me leva, e a milhares de pessoas diariamente, a comprar por 9 dólares uma t-shirt estampada, do género da que podemos comprar por metade do preço num mercado de rua?





Mais pertinente: o que nos leva a assinar o feed e a regressar periodicamente à Teefury, com algum entusiasmo?

A primeira resposta é a resposta óbvia: porque as t-shirts da Teefury são desenhadas por artistas.

É uma boa resposta, mas é a resposta errada. Sim -- o facto de designers produzirem as estampas é marcante, mas não é isso que nos leva a voltar à Teefury. Prova: há na rede muitas lojas de t-shirts desenhadas por artistas, já comprei nalgumas e não voltei a nenhuma, nem recordo os seus nomes.

O que nos leva de volta à Teefury é o hábil mecanismo de produzir escassez que os criadores do serviço inventaram. A Teefury não tem inventário. A Teefury não tem arquivos. A Teefury selecciona desenhos criativos e exclusivos, estampa-os e vende produtos únicos em janelas de 24 horas no máximo de 3 unidades por encomenda. Chegado ao fim do prazo, puff, ardeu. (O artista pode repetir o design noutro sítio, sim, mas não é a mesma coisa. Se fosse, repetiam.)

Os produtos da Teefury têm qualidade autoral, mas é desigual através dos tempos. Não são repetíveis. A Teefury não tem problemas de armazenamento nem fica com sobras: todos os dias, manda estampar o número exato de t-shirts encomendadas.

Enquanto nas águas o segredo do lucro com um produto grátis está na embalagem, certificação de gosto e qualidade e sobretudo no marketing, neste negócio com um produto de extrema abundância e preço reduzidíssimo o segredo está na irrepetibilidade da operação e na ausência dos custos normais do comércio. Aquela t-shirt só ali está durante um dia, é pegar ou largar, não haverá mais amanhã, é fabricada à medida das encomendas. Aquela t-shirt não vai aparecer nos saldos.

Uma das regras essenciais da web é recompensar a originalidade. Este ambiente não é para monges copistas. Quem fornece conteúdo indiferenciado não pode esperar em troca senão recompensa de baixo ou nulo valor.

Dentro de dias voltarei a escrever profissionalmente sobre futebol. Durante a campanha do Mundial 2010 terei uma coluna diária no Correio da Manhã intitulada Mundial em rede. Trata-se de um regresso ao futebol, ainda que temporário.
Comecei a minha carreira de jornalista no dia 1 de Outubro de 1981 na Gazeta dos Desportos. Estive no desporto, sobretudo no futebol mas não só (cobri muito vela e ciclismo), por mais de uma década.
Desde o início da década de 90 que não escrevo profissionalmente sobre futebol. Tenho-o feito, mas num âmbito pessoal, aqui no C!.
Para os leitores do Correio da Manhã levarei diariamente uma selecção dos melhores exemplos que se poderão encontrar nas redes acerca do próprio Mundial, dos países envolvidos e dos intervenientes.
Estou expectante. Penso que vai correr bem. Até porque tenho deste Mundial alguma distância: nem a selecção de Carlos Queiroz me provoca particular excitação (em qualquer sentido, positivo ou negativo), nem a competição em si se afigura excitante. Vivemos uma época em que o número de homens a jogar futebol com brilho é reduzido (não estou a falar de malabaristas da finta) e por outro lado há uma primazia do futebol industrial (os clubes).
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Várias pessoas proeminentes disseram esta semana adeus ao Facebook. Abriu o site www.quitfacebookday.com que aponta o dia 31 deste mês para a saída em massa. As razões da irritação são as constantes modificações dos termos de utilização, que sempre redundaram em quebra de privacidade. Mas há sinais de manipulação: alguns dos primeiros desistentes têm interesses em projectos que o Facebook assombra. E é duvidoso que as massas se importem com a troca. A noção do que é privado e pessoal está a mudar geracionalmente e nenhuma campanha evitará isso.

Audiência online
Huffington Post fez 5 anos e a fundadora recebeu esta prenda: a manter-se crescimento, ultrapassará o New York Times em leitores já este ano


Nelson Évora está no Twitter. @NeEvora já vai em 700 seguidores em menos de um mês. No Brasil Ronaldo não foi convocado por Dunga e vai comentar o Mundial. Onde? No Twitter. Pago pela Claro, um operador de rede móvel. Desde o anúncio, @ClaroRonaldo voou de 30.000 para cima dos 100.000 seguidores e vai chegar aos 250 ou 300.000 quando a prova começar. Comum às duas contas é a ligação aos patrocinadores. Novo degrau na escada da desintermediação da publicidade. Com os atletas de topo transformados em meios de comunicação de massas, o que sobrará para os jornais?

CatRoulette
Do ChatRoulette já ouvimos falar. E do CatRoulette? Os melhores momentos de gatos frente à webcam e as reacções dos humanos. http://s3g.me/9jo

Numa altura em que o Facebook enfrenta o início de uma escalada mediática originada pela última mudança nas regras que têm a ver com a privacidade dos utilizadores, estes dois quadros dão-nos uma boa ideia da dimensão e da importância desta rede.

  Facebook: What You Probably Didn't Know
[Fonte: Online PhD Programs para o Mashable]


Privacidade

Os dados sobre as regras de privacidade são elucidativos, levando o New York Times a produzir uma infografia que realça as mudanças (ler notícia no NYT). De 1004 palavras na primeira versão, em 2005, as 5 actualizações do documento tornaram-no maior que a própria Constituição dos Estados Unidos: contém hoje 5.830 palavras, contra 4.543 da Constituição. (Clique na imagem para ver maior).


O presidente da Venezuela, Hugo Chavéz, é a nova estrela do Twitter. Referi aqui, no dia 30 de Abril, a sua chegada e a forma como a conta @chavezcandanga se tornou na mais rápida de sempre a somar seguidores (ler Chávez no Twitter, 119.233 followers depois).

Desde então as notícias sobre a conta têm-se multiplicado. Seja pela contagem dos followers (já passou os 313.000), seja sobretudo pela atenção com que decidiu estar naquela rede informativa. Contratou um staff para desbastar as mensagens e responder aos milhares de pessoas que o interpelam.

Hoje mesmo causou impacto mundial por ter ali noticiado em primeira mão o afundamento da plataforma de gás Aban Pearl, ao largo da costa venezuelana. Em dois tweets seguidos (ver imagem abaixo) deu conta do essencial, nomeadamente da não-existência de vítimas entre os 95 trabalhadores.



O facto de ser uma figura polémica, para dizer o mínimo, explicará em parte a sua rápida ascensão no estrelato do Twitter. Mas é melhor procurar explicações mais fundo... A verdade é que a conta @chavezcandanga é surpreendentemente adequada ao meio em que está inserida. A forma como o staff de Chávez, alegadamente de 200 pessoas, escreve e se relaciona fá-lo surgir como um membro do Twitter igualzinho a milhões.

A linguagem personalizada e forte, que é também imagem de marca do polémico presidente venezuelano, é natural no meio Twitter e os tuiteiros encarregues da sua conta imitam-no na perfeição. A coloquialidade dialogante é outro ponto marcante do ambiente Twitter e a conta de Chávez está em permanente diálogo com os followers que se lhe dirigem, respondendo-lhes de igual para igual, sem verticalizar a linguagem.

E ainda conversa como qualquer outra pessoa do que vai fazendo. Como esta sequência ilustra. Depois de nos dizer que "hoy hablé con Lula sobre Haití y las cumbres de Teherán y Madrid de la semana próxima!!" (aqui), enfia a propósito que quem ligou foi "el amigo José Sócrates" (imagem abaixo).



Foi também uma informação em primeira mão. E aproveitada pelos jornalistas que já sabem que vale a pena manter um olho na timeline: o Público aproveitou para fazer uma notícia (Chávez anuncia no Twitter ida de Sócrates à Venezuela), confirmando-a junto do gabinete do Primeiro-Ministro.

Mas as decisões de Hugo Chávez na adaptação à web social contrastam com as do seu amigo. Como se pode ver abaixo, a conta do Governo português, @govpt, optou por um perfil mais sóbrio, limitando-se a retransmitir as informações colocadas no site do Governo.


Esta é, de resto, a atitude mais comum em Portugal (e não só). A conta da @Presidencia também mantém as distâncias e usa a conta em regime automático.

Se em diversas áreas o presidente da Venezuela é um caso de estudo do não-fazer, noutras nem tanto.
Uma palavra vale 884 imagens -- ou pelo menos o logotipo do Google vale. Refiro-me ao novo logotipo -- provavelmente o leitor nem sabia que o Google tem um novo logotipo, mas tem. Foi redesenhado com alterações de pormenor tão leves que a grande maioria de nós nem deu por isso.

Como podemos apreciar na imagem à esquerda, foi simplificado: tiraram-lhe a sombra das letras e esbateram o efeito de arredondamento no lettering (acima, a versão antiga, em baixo a nova). A ideia geral foi de aliviar o peso gráfico para adequar o logotipo à nova página do motor de pesquisa, que se está a portalizar.

Não admira. Como não surpreende ver a Google multiplicar iniciativas de boas relações públicas -- ou de boa socialização, para sermos modernos. A pesquisa está a estagnar no mercado doméstico e o crescimento abrandará inevitavelmente, o que terá impacto no (des)interesse do accionistas.

Voltando à palavra que vale 884 imagens: trata-se de uma dessas acções "boa onda" e consiste na representação do logotipo do Google através de um mosaico de imagens. Onde está a novidade? Bem, não é assim nada de extraordinário. O autor da ideia foi Clay Bavor, um funcionário da Google -- um googler -- em Londres. Bavor é também fotógrafo e pensou num mosaico onde as imagens fossem reais, no duplo sentido de serem fotografias realistas e em alta definição, mas também de integrarem o mosaico enquanto boas fotos, e não apenas por corresponderem às necessidades de colorir determinada parte do mosaico.

Ou seja, não se tratou de escolher mosaicos pela cor, sendo irrelevante o que representassem, mas sim escolher fotografias que contam a sua própria história e com elas produzir um mosaico com o logotipo do Google.

Duas dezenas de googlers dos escritórios londrinos enviaram cerca de 5.000 fotografias e mais tarde Bavor e alguns amigos completaram o projecto, escolhendo 884 fotografias em formato 4x6 de "pessoas, lugares e objectos do Reino Unido" (fonte).

A montagem do mosaico foi fotografada à razão de 1 foto em cada 7 segundos, pelo que as 5 horas e meia que demorou a colar as fotos podem ser vistas num minuto e 20 segundos de video, aqui em baixo.


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8 milhões de escolas, estudantes, professores e agentes de ensino em todo o mundo adotaram o Google Apps for Education -- pacote gratuito que inclui desde o processador de texto à folha de cálculo passando pelo software colaborativo e pelo mail. No total, mais de 25 milhões de entidades e pessoas usam o Google Apps, eu incluído. Outra estatística: mais de 80% das escolas e universidades americanas já migraram ou vão migrar para o cloud computing. Seguindo as empresas, também o ensino opta pela nuvem. Vantagens imediatas: custo baixo, elasticidade e facilidade.

Maré Facebook
Dois terços dos 100 maiores sites americanos e metade dos 100 maiores mundiais já integraram as suas páginas com o Facebook. s3g.me/9e3
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E se o seu telemóvel lhe permitisse pagar as contas? Nalguns países africanos os operadores funcionam como bancos e as pessoas pagam-se por SMS. Em Portugal a aplicação do Multibanco para alguns aparelhos, iPhone incluído, cobra pelas consultas de saldo... Usei-a pouco. Instalei agora a aplicação do PayPal, que permite pagamentos até fora do país, embora limitados. Mas o melhor está para vir: a VISA vai anunciar a sua própria iPhone app, que permitirá pagar em lojas e pontos de venda. As principais barreiras não são de segurança ou tecnológicas: são burocráticas.


Ovos de ouro
Farmville, um dos 4 jogos que fazem a Zynga valer incríveis 4.000 milhões de dólares, é jogado por 80 milhões no Facebook. s3g.me/9dh

Conhecidos os 24 pré-convocados que o seleccionador de Portugal, Carlos Queiroz, escolheu a menos de dois meses do Mundial de futebol, eis alguns números e dados "sociais" sobre eles e a convocatória.

  • A página da selecção portuguesa na Wikipedia foi actualizada praticamente em cima da notícia da convocatória;
  • A página na Wikipedia inglesa também foi actualizada com a lista dos convocados;
  • Todos os 24 futebolistas têm página na Wikipedia de língua portuguesa;
  • Curiosamente, também têm todos ficha na Wikipedia inglesa;
  • Até 3 horas depois da convocatória, nenhuma das páginas de jogadores que consultei nas Wikipedias tinha sido actualizada com a convocatória;
  • Há mais de 5.100 resultados de pessoas com o nome de Cristiano Ronaldo no Facebook;
  • 9 em cada 10 páginas pessoais no Facebook com "Cristiano Ronaldo" no nome têm alguma foto do jogador;
  • Cristiano Ronaldo é o único jogador da selecção portuguesa com honra de página no Internet Movie Database, a mais conhecida base de dados de cinema;
  • Em geral, as fichas dos jogadores estão mais desenvolvidas na Wikipedia inglesa;
  • Os jogadores convocados nasceram em 5 países: Portugal (17), Brasil (3), Cabo Verde (2), Canadá (1) e Venezuela (1) 
  • Duda, Zé Castro e Simão Sabrosa são os únicos três jogadores com websites oficiais, segundo consegui apurar;
  • Há mais de 3.400 resultados de páginas no Facebook contendo o nome de Cristiano Ronaldo. O número inclui tanto as páginas de fãs como as de pessoas que o odeiam;
  • 1.077 pessoas são fãs de uma página placeholder, que está a reservar o nome da Federação Portuguesa de Futebol no Facebook, aguardando que a entidade oficial a assuma. Ou seja, a FPF não está no Facebook. Nem no Twitter.


Site da Federação Portuguesa de Futebol

Lá encontramos informação atualizada sobre a selecção e informação oficial, útil, acerca do estágio. O site da FPF tem, acreditem ou não, o aspecto abaixo representado.



Subitamente, toda a gente no Twitter passou a ter zero followers: a notícia de um bug, pelo webzine Mashable, levou o Twitter a suspender temporariamente a exibição da contagem dos números de followers e following -- quem nos segue e quem seguimos.

"Enquanto reparamos o problema, o contador está a zero e está desactivada a função de seguir/des-seguir", confirmou o serviço há minutos.

O nível de anedotas disparou a uma altura inconcebível e em poucos minutos o assunto estava no topo da lista de trending topics. Com nada menos de 3 em 10 neste momento (e a crescer): "Following 0", "Twitter Bug Lets You" e "Force Anyone",


Frases como "YES! Cheguei finalmente ao mesmo numero de followers que o @aplusk!",  ou "Novo modelo de negócio do Twitter: pague para ter os seus followers de volta" encheram milhões de timelines em escassos segundos.
Os números valem o que valem -- e nas redes sociais devem ser tomados com graaaande latitude, pois nem sempre valem alguma coisa. Contudo, são uma das medidas pelas quais as contas no Twitter são sopesadas. E no Twitter há desde há algumas horas seis portugueses com mais de 30.000 seguidores, ou followers. A conta mais recente a superar os 30.000 foi @jafonso -- isto segundo o top do TwitterPortugal.com.



Esta semana a minha conta passou os 20.000 followers. Sou o 14º honroso classificado daquela tabela, continuando a descer à medida que a rede se alarga :)

(Disclaimer: o TwitterPortugal.com é um projecto onde tenho interesses).
Há algum tempo que esperava da Google um movimento como o revelado ontem: um investimento, de soma não declarada, na empresa Recorded Future -- que, como o nome indica, pretende gravar o futuro.

A Recorded Future é uma espécie de bola de cristal hi-tech: pretende conseguir previsões semelhantes às meteorológicas. Analisando um grande conjunto de dados, conseguem-se identificar comportamentos em situações semelhantes, e como tal fazer alguma previsões. Com ferramentas de manipulação e visualização de resultados e projecções, faz-se o resto.

Em actividade desde Abril de 2009, a Recorded Future (ver blog da empresa) tualmente a empresa já fornece relatórios sobre o mercado financeiro, geopolítica, indústria, figuras públicas, segurança de sistemas de comunicação e até terrorismo (ver video abaixo). Mas a aplicação pode ser usada (149 dólares mensais) para gerar resultados sobre um determinado tema, ou até pessoa.




A tática do martelo
A aproximação da Recorded Future ao problema está bem de acordo com a aproximação da Google. Basicamente, consiste em: primeiro acumular grandes quantidades de dados; segundo, extrair meta-informação desses dados para prestar serviços de valor -- sejam resultados de pesquisas que estão muito acima do que a concorrência é capaz de fazer, seja o melhor anti-spammer do mercado, ainda por cima fornecido de borla. Terceiro, apurar a fórmula.

Aliás, basta ouvir os engenheiros e os altos quadros da Google para perceber quanto eles valorizam a acumulação de dados e a extracção de todos os tipos de valor através da tática do martelo ou da força bruta, muito comum aos engenheiros informáticos -- como os tenho ouvido, já esperava o movimento de aquisição.

Já há algum tempo, de resto, que a própria Google vem "brincando" com a análise de dados para previsão. Subsidia projectos sem fins lucrativos destinados ao combate de doenças usando a informação colhida em tempo real das pesquisas feitas pelas pessoas. Por exemplo, se o número de pesquisas por "gripe" aumenta subitamente numa determinada região, ou regiões, isso constitui um alerta em tempo real -- muitas horas antes do padrão poder ser detectado pelas autoridades sanitárias, ou mesmo dias e semanas, em certas latitudes.

(Aprofundar: com Detecting influenza epidemics using search engine query data, o artigo publicado na revista Nature, e vendo o FluTrends, na Google.)

Em Fevereiro de 2008 a Google anunciou um investimento de 25 milhões de dólares num prazo de 5 anos para programas de combate a ameaças.

Esse programa está dentro da Google.org - o ramo da Google não votado ao lucro, cuja direcção foi entregue a Larry Briliant, cientista com um papel determinante no combate à varíola.

A tática da inteligência
A utilização de grandes quantidades de dados e respectiva análise é um método antigo, ao qual a Google -- e também a Recorded Future -- dão a volta com uma larga experiência nos métodos de aquisição, arquivamento, filtragem e processamento. Estes novos processos permitidos pelo bom uso da informática permitem melhorar substancialmente a pesquisa, na medida em que a aceleram brutalmente.

Contudo, há outra aproximação mais radical a problemas de informação que também tem sido testada para prever comportamentos, nomeadamente do mercado financeiro. Consiste na sabedoria das multidões -- colocar uma questão a uma grande quantidade de cérebros e extrair a média das respostas. É excelente para prever o peso de um animal ou o número de feijões num frasco (exemplos referidos no The Wisdom of Crowds, de James Surowiecki, que já li faz tempo, e que é excelente para quem quiser desbravar esta fascinante área. Está disponível em português.).

Abusando da expressão para efeitos de estilo, esta é a tática da inteligência -- seja lá isso o que for. Tornando mais complexa a grelha de interpretação (confronto de respostas por grupos de cérebros) podemos melhorar, ou piorar, os cenários de previsão.

A Sabedoria das multidões tem dado bons resultados na antecipação de resultados eleitorais e no mercado de capitais, mas além da componente séria há a lúdica, a não desprezar. As técnicas dos mercados de previsão têm eco em Portugal no Trocas de Opinião, um site que poderá ter um papel interessante em próximos actos eleitorais -- no ano passado ainda não tinha massa crítica. Mas com o tempo isso esbater-se-á. Hoje já ali surgem resultados a ter em conta.

Sendo certo que a aproximação da Google aos problemas nunca privilegiou o processamento pelos humanos -- os cientistas-google são mais do género de usar a força dos algoritmos e o poder dos processadores --, a verdade é que, em última análise, a acção humana está bem no cerne do seu processo: são os biliões de acções humanas, sobretudo de pesquisa, mas também de decisão (como no Gmail, onde, sem nos apercebermos, ajudamos a detectar o spam), que alimentam os seus imensos, colossais armazéns de dados.


Resta-me acrescentar que esta aquisição surge num embrulho com outras da Google Venture, o braço da Google para os investimentos fora da área tecnológica e de longo prazo (tem apostado no mercado da energia comprando eólicas, entre outras aquisições).
É certo que tem ainda muito para cair, mas é igualmente certo que esse movimento se apresenta imparável: o browser da Microsoft, Internet Explorer, desceu a sua quota de mercado abaixo uma barreira psicológica, a dos 60%, no passado mês de Abril.

O Internet Explorer chegou a ter mais de 90% do mercado depois de ter vencido o Netscape na guerra dos browsers, na década passada. Na altura valeu tudo, nomeadamente abuso da posição dominante (que a empresa viria a pagar barato, em advogados e custas de processos movidos dos 2 lados do Atlântico). 

O Netscape conseguiu uma espécie de vingança quando um descendente seu -- o Firefox -- conseguiu ameaçar o domínio do Internet Explorer e iniciar o movimento descendente deste.

Assim, há anos que o Internet Explorer vem perdendo a posição. A diferença é que agora perde utilizadores para o Chrome, o browser da Google. Ainda segundo os números da Netmarketshare, desde Abril do ano passado o Chrome ganhou 4,94 pontos enquanto o Firefox subiu apenas 0,75 e o Opera 0,26. No mesmo período o Internet Explorer perdeu 7,82 pontos percentuais de quota de mercado.



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A Microsoft sofreu dois fortes revezes esta semana e enfrenta um futuro complicado. Cancelou o seu Courier Tablet, rival do iPad da Apple. E viu a Hewlett Packard, mais importante distribuidor mundial de aparelhagem informática, desistir do Windows 7 para o futuro aparelho do tipo iPad. 

Num golpe estratégico a HP comprou em saldo a Palm, pioneira nos smartphones, com imenso "know-how" e sistema operativo adequado. 

Todos apostam num futuro com aparelhos móveis variados, operando sistemas leves e tendo os dados disponíveis na famosa "cloud". Todos menos a Microsoft.


Efeito Hollywood
Grupo Facebook da semana: 18.900 pessoas aderiram a "Eu sempre quis entrar num táxi e dizer: "SIGA AQUELE CARRO!" www.s3g.me/99u


Não se assustem: claro que o Flash vai andar por aí mais uns anos. Até que os milhões de videos do YouTube e tantos outros sites o possam substituir. Mas não ignorem o sinal: quer programem jogos online, jornais ou sites, doravante não vale a pena investir na programação para Flash.

Primeiro veio a Apple e deixou de lado o Flash no iPhone, iPod e sobretudo no iPad, onde -- dizem alguns -- daria um jeitão.

Depois veio o seu CEO, Steve Jobs, explicar que a exclusão não é uma birra, que a Apple até deu a mão e foi accionista importante da Adobe (proprietária do Flash) mas que o Flash é inadequado ao mobile e que o futuro é do HTML5 - a designação da próxima versão da linguagem que faz funcionar a World Wide Web.

Mais tarde veio a Microsoft corroborar a tese da Apple, encomendando mais um prego para o caixão do Flash.

Mas só me convenci realmente que começou a agonia do Flash quando ontem recebi um mail de um site-mercado de componentes de Flash anunciando preços de liquidação total.
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A crónica de hoje do Correio da Manhã tem o título errado. É na realidade verde e não vermelho, o alerta relativo aos jornais online portugueses. Que tiveram um crescimento normal nos últimos 12 meses, e não a incapacidade de fixar audiências de que falo na crónica.

Os 80 milhões de pageviews que dei como sumidos desapareceram, sim, mas da minha folha de cálculo. Entre a fonte dos dados e a folha de cálculo "caiu" uma linha que condicionou os resultados e a sua interpretação.

Infelizmente, só dei por ela já com o jornal impresso, quando verificava as contas para um gráfico a publicar aqui no Ondas na Rede.

Felizmente, posso rectificar aqui a situação ainda o jornal está a ser distribuído.
Não é propriamente o primeiro chefe de Estado a ter conta no Twitter, mas tem outras duas distinções que a Imprensa poderia evocar para título. É o mais controverso e teve o crescimento mais rápido de que há memória no Twitter. Falo de Hugo Chávez, o presidente da Venezuela, que tuíta em @chavezcandanga.

Não tem tuitado propriamente muito: 2 vezes em 48 horas. Entre os 2 tweets há quase 100.000 followers de diferença. Uma verdadeira explosão, como diz o próprio.



Chávez não sabe é o que eu sei: que a sua conta é a de crescimento inicial mais rápido de sempre, no Twitter. Até Eric Schmidt, o presidente da Google, e Bill Gates, o multimilionário, ficaram para trás (Schmidt teve menos de 15.000 nas primeiras 48 horas após a divulgação e confirmação da sua conta).

A conta @chavezcandanga foi criada no dia 1 de Abril mas passou despercebida do grande público. Só no dia 27 se soube através de publicações especializadas em redes sociais. E o primeiro tweet é de dia 28.

Hugo Chávez Frías tem na sua bio: Presidente de la República Bolivariana de Venezuela. Soldado Bolivariano, Socialista y Antiimperialista. A conta é Verified Account -- ou seja, está confirmado pelo próprio Twitter que aquele Hugo Chávez Frías é o Hugo Chávez Frías presidente da Venezuela.



O surto do Facebook, como escrevi este sábado no Correio da Manhã (link para a reprodução do artigo aqui no Ondas), é tremendo. O seu crescimento começa, penso, a ser encarado com a maior atenção pelas empresas que têm dominado o tráfego, a começar pela Google. Há ali potencial para afrontar os modelos de negócio bem estabelecidos na rede.

Contudo, o Facebook não deixa de ser uma incógnita a alguns níveis. O financeiro, por exemplo. Este gráfico, reproduzido do Silicon Alley Insider, é demonstrativo: a receita por visitante é pequena.



Não é nada fácil extrair dinheiro da comunicação que as pessoas fazem online. O Google consegue através da publicidade em cima das suas pesquisas e também da rede de publicações associadas, que são milhões. Mas aí estamos a falar de publicação, de conteúdos, e não de partilha de gostos, devaneios, links, conversa.

Outros dois artigos (em Inglês) cuja leitura aconselho, sobre o fenómeno Facebook:

The age of Facebook, de Michael Arrington:
Last week Facebook unveiled a variety of new developer tools, and new consumer applications are set to be launched in the near future. What’s most interesting about these changes aren’t the debates about whether what Facebook is doing is good for the Internet or not, or how open or not open their solutions are.
Those debates are important but they don’t affect the Facebook revolution any more than debates about Adsense a decade ago affected the decade of glory that Google just experienced. The fact is that Facebook is permeating the Web. Publishers, us included, are clamoring to organize our websites in ways that please Facebook.

Is Facebook the new internet and how soon before Microsoft tries to buy it?, de Mark Cuban (sim, esse, o dono da equipa de basquetebol da NBA, Dallas Mavericks).
If you are like most, you kill more time hopping around on Facebook than you do exploring the Net. IMHO, while good old TV remains the ultimate, passive cure for boredom at home, Facebook is now where we kill time at work, on our mobile devices or while at home with the TV on.
Everything that the net was 5 or more years ago, Facebook is today.
[...] Brilliant in its simplicity. Facebook is putting out trojan horse after trojan horse and no one seems to care. The only thing FB has not done is create a mobile operating system ala Android/Iphone as a platform for applications.


O número de encomendas do leitor de ebooks nook, da Barnes & Noble, ultrapassou em Março o do Kindle, da Amazon. A procura de nooks aumentou muito, diz a Digitimes Research.

O analista Mingchi Kuo publica números dos fornecedores que indicam que o nook foi o responsável por 53% das encomendas de leitores de ebooks despachadas para a cadeia de retalho americana no mês passado.

Para o analista, deve-se a um aumento do interesse em novos produtos. Por outras palavras, as pessoas estão cansadas do Kindle, que está no mercado há muito mais tempo, quase 3 anos, tendo sofrido apenas uma revisão de modelo nesse período.

Por outro lado, a Barnes & Noble é muito competitiva nos EUA uma vez que detém uma cadeia de retalho própria.

Não é estranho a esse facto, aliás, que a Amazon tenha mudado de política para o seu Kindle: era vendido exclusivamente online, agora passou a estar também em lojas, escolhidas pela empresa.

Ainda dados da Digitimes Research: a distribuição de leitores atingiu os 1,43 milhões de unidades no primeiro trimestre do ano e crescerá para 2,02 milhões no segundo. No total do ano a firma de pesquisa prevê um total de 11,40 milhões de aparelhos vendidos, quase 3 vezes mais que no ano de 2009.
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É um problema sério. Mensagens electrónicas que chegam de assessores, empresas de comunicação, fontes, e que levam o jornalista ao desespero. São enormes. Difíceis de ler. Trazem imensas fotografias pesadíssimas que tornam tudo lento. Nalgumas é impraticável reproduzir a declaração pedida. A caixa de entrada entope de repente, impedindo a recepção do mail urgente. Perdem-se horas com este caos. E porquê, se custa o mesmo escrevê-las mal ou bem? Por desinformação.

Daí que tenhamos decidido elaborar um pequeno Guia do Bom E-Mail. Contém 12 pontos pertinentes e sugestões que vão ajudar profissionais da comunicação a relacionarem-se com maior eficácia com os jornalistas, bloggers e autores.

O Guia, em formato PDF, é gratuito. Para o receber, tudo o que necessita é de subscrever Ondas na Rede por e-mail, entre este domingo, 25 de Abril, e até sábado, dia 1 de Maio. Use o formulário abaixo ou na coluna lateral, e receberá o seu PDF nas próximas horas.

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Números divulgados ontem confirmam que o Facebook está a crescer desmesuradamente. No Brasil subiu 14,7% em Março. São agora 3,6 milhões os brasileiros no Facebook. A manter-se o ritmo, em menos de ano e meio ultrapassará o Orkut. A rede da Google é líder apenas em dois países do mundo e o Brasil é um deles, com 26,9 milhões de adeptos. A web social tem potencial para substituir boa parte das pesquisas. E uma simples medida que permite fazer um "like" em qualquer página web, adotada esta semana, quebra a barreira e torna-se outro torpedo apontado à Google.

Dark Side 8 bits
Dark Side of The Moon, dos Pink Floyd, em 8 bits, como um antigo jogo da Nintendo? Há geeks para tudo. Está espectacular.  www.s3g.me/950
O uso da web social é já um hábito corrente para as populações mais conetadas. Três quartos da população dos Estados Unidos da América usam as redes sociais pelo menos uma vez por semana, indica um novo estudo patrocinado pela Nielsen -- ou seja, a audiência total na web social americana é de 127 milhões.



Intitulado "2010 Social Media Matters Study" (ver link no final), o estudo envolveu 1.700 utilizadores de Internet nos EUA. Os resultados constatam que 73% dos inquiridos estão presentes na web social, sendo que este presença está definida como: ler ou fazer comentários num blog ou forum, visitar uma rede social, e ver vídeos no Youtube.

O Facebook exerce uma atração crescente sobre grande parte da população, rivalizando com os media tradicionais: o seu uso diário superou já os canais de comunicação tradicionais como a rádio (37%) e jornais (22 %), estando quase a alcançar a televisão (55%, números da Nielsen).

Mais de metade do top ten diário de destinos de media são sites sociais, indica ainda o estudo.

Os jogos sociais, sobretudo no Facebook, são já um hábito diário para uma multidão de pessoas.

O estudo é da responsabilidade da rede de publicações online BlogHer (focada na autoria feminina), tem o patrocínio da Ketchum e da Nielsen e pode ser puxado em PDF aqui.
"O Twitter tem sido uma armadilha fatal para os jornalistas", é o título de uma peça publicada na parte noticiosa do Sapo. Eu não teria lá chegado se o título não tivesse sido tuítado: prefiro usar agregadores de notícias em que confio, isto quando não vou diretamente aos meios, ou os agrego eu usando as ferramentas tecnológicas ao dispor.


Tudo na pretensa notícia está errado. A autora tinha uma ideia (a de que o Twitter é "mau") e para a passar (ver actualização, em baixo) parte de um facto, que interpreta erradamente, e vai de distorção e erro em distorção e erro até à conclusão final. De caminho cita um professor universitário para emprestar credibilidade à sua própria opinião. Acontece aos melhores e o problema não está, obviamente, no que disse Hélder Bastos.


A peça, enquanto opinião, poderia ter algum valor. Podia estar alicerçada numa demonstração de factos. Podia usar a eloquência, podia usar a lógica. Estaria certo, seria leal para com o leitor. Mas não foi o que se passou: pega-se num facto, interpreta-se ao contrário e tiram-se conclusões gerais que nada têm a ver com a origem do facto, publicando o resultado final num sítio que tem notícias.






Desmontando a "notícia":


1. O "obscuro utilizador" breakingnews é, na realidade, propriedade da cadeia MSNBC, referida na peça como tendo usado "enganadamente" a informação pretensamente obtida a ler aquele tweet. Quando se passou precisamente o contrário. De posse de uma informação, a cadeia MSNBC fez o que é já rotina no seu modus operandi: meteu a informação em curto na conta @breakingnews (que, como o nome indica, é mesmo para isso). De nada disto nos informa a "notícia"; pelo contrário, desinforma, garantindo precisamente o oposto.


2. Tudo na "notícia" está redigido de forma a levar o leitor a crer que foi o malvado Twitter o culpado, quando o erro está na própria fonte. Os jornalistas da MSNBC foram induzidos em erro pelas etiquetas das câmaras de monitorização de vulcões (ver imagem abaixo da câmara que os enganou). Eles próprios, aliás, o explicaram -- mas quem escreveu a "notícia" não leu a explicação, ou se leu ignorou-a na altura da redacção, o que seria muito mais grave.


Eis a explicação, dada por Alex Johnson:

1. What happened with Hekla reports? We held off on first bulletins, awaiting second source, which was Iceland's RUV, streaming webcam ...





2. ... labeled "Hekla." We tweeted that, with link, as an "indication" that Hekla was erupting. Many retweets stripped out the hedging. ...
3. ... Remember that that tweets, which stress speed, are only as good as original sources ^AJ



3. A cadeia de retransmissão Twitter, neste caso, fez o que está certo: retransmitiu a informação de fontes absolutamente credíveis. A conta @BreakingNews é uma das fontes Twitter com maior credibilidade. A sua fonte era uma fonte oficial islandesa. Se as primeiras duas fontes da informação original erraram, a responsabilidade principal é delas e não da cadeia de retransmissão. 


Imaginemos que não havia Twitter. A MSNBC dava o breaking news da actividade vulcânica em antena. As outras cadeias e jornais o que faziam? Iam a correr comprovar a fonte, ou publicavam? Uma minoria não daria sem confirmar pelos seus próprios meios, mas a maioria retransmitia ao mesmo tempo que destaca alguém para averiguar e seguir os desenvolvimentos. É a prática corrente: avaliar o risco, ficar de fora ou entrar e procurar apanhar o fio da meada.


Imagino o título da correspondente "notícia", cuidadosamente colocado entre aspas para parecer uma citação que tem alguma coisa a ver com o assunto (basta ler o que disse o Hélder para perceber que é um abuso puxar aquilo para título): "a televisão tem sido uma armadilha fatal para jornalistas".


4. Se um jornalista transmite uma informação sem a confirmar, o problema é do meio utilizado para a obter?


É isso que fica entendido na peça. Digamos que é subverter a ordem natural da cadeia de responsabilidade. Se uma fonte oficial dá uma informação, a sua credibilidade é elevada. O jornalista pode passar a informação em breaking news, tratando do seu aprofundamento em seguida. Não é, de todo em todo, o mesmo que ler algo de uma fonte desconhecida, ou de credibilidade não avaliada, no Twitter e passá-lo como verdadeiro -- que é o que a "notícia" em análise nos quer fazer crer que aconteceu.


5. A assunção de que os "600" retweets (eram mais de 800 já na altura, mas isso agora não interessa) constituem uma medida do "sucesso" do tweet de origem obscura e mentiroso que enganou as pobres televisões, com o intuito de reforçar o lado "perigoso" do Twitter, é um disparate que não resiste a uma verificação mínima do que se passa normalmente com a conta @breakingnews, que tem um alto perfil e 1,7 milhões de followers. A título de exemplo, estoutro tweet recente teve mais de 800 retransmissões diretas e mais de 7.000 indiretas. A conta @BreakingNews está entre as mais retweeted, ou retransmitidas, o que nos dá uma indicação do prestígio de que goza.




Concluindo. Este caso é de facto um excelente exemplo do estado do jornalismo português (falo especificamente do jornalismo sobre as tecnologias e os novos espaços de fronteira por elas aberto, isso a que chamamos agora a web 2.0).


O Twitter é um pau de 2 bicos, disse -- e bem, porque o é -- o Hélder Bastos. O Sapo é um pau de 2 bicos, digo eu: também é uma plataforma para passar como notícia uma informação mal fundamentada e interpretada. (O Sapo e qualquer outro website que publique notícias, não há aqui nada de particular, digo isto para evitar desde já mal entendidos e mal intencionados.)


Mas o caso da erupção é o último a invocar para explicar os perigos do Twitter. Exactamente porque os envolvidos no engano são fontes oficiais e jornalistas profissionais, não são fontes de credibilidade indeterminada e amadores ansiosos por brilhar no "tempo real". Podia ter acontecido noutro suporte ou meio à mesma equipa de 18 - jornalistas profissionais - 18 que editam a conta @breakingnews para a MSNBC.


Fontes complementares:
Actualização: a autora da notícia, a jornalista Alice Barcellos, entrou em contato comigo. Tinha duas coisas a dizer-me: que não era sua intenção passar a sua opinião no texto e que -- e isto é importante -- o seu título não é o que saiu. O seu título original era (e ela tentará que venha a ser de novo, junto da editora): "Uma erupção que só durou algumas horas". O trabalho dos editores às vezes trai o jornalista no terreno.
Os diários gratuitos com publicação em Portugal viram a sua circulação cair em 2009. Citados por Piet Bakker no seu último boletim Newspaper Innovation (edição de Março/Abril), os números da Associação Portuguesa de Controlo de Tiragem indicam a quebra de 50% no Global Notícias, enquanto Destak e Metro cairam 40%.

As causas, avança Bakker, terão origem na crise económica, levando a cortes nas páginas e na distribuição para baixar os custos.

É o cenário mais provável. A verdade é que há dois anos a circulação era muito maior e chegaram a existir 6 jornais gratuitos de circulação nacional em Portugal, um dos quais um semanário. Dois entretanto já desapareceram: o Sexta (semanário) e o Meia Hora.

O gratuito do grupo Control Investe perdeu metade da circulação, passando da média de 201.000 exemplares em 2008 para 105.000 em 2009.

Destak e Metro, ambos do grupo Cofina (disclaimer: colaboro no jornal Correio da Manhã, que pertence a este grupo), passaram de 159.000 para 99.000 (Destak) e de 168.000 para 105.000 (Metro).

O Oje está estável em torno dos 27.000.

Na Holanda a quota de mercado dos gratuitos é elevada: 25%. Mas os elementos das auditorias seguem o padrão europeu: os 3 diários nacionais holandeses baixaram a ciculação.

Na Finlândia a razia tem sido impiedosa. A circulação dos 3 diários finlandeses era de 2 milhões em 2006 e tem vindo a cair desde então, para menos de 500.000 em 2009.

O declínio sente-se em toda a Europa e não apenas no número de exemplares em circulação. Em quase todos os países cobertos por Pietr Bakker títulos e edições desapareceram.

A exceção vem da França
Quase todos, porque há uma exceção: a França. Tirando uma pequena queda em 2009, a circulação tem sempre aumentado e assim continua. Das 30 edições grátis que se publicaram até hoje no país, apenas uma fechou, o ano passado. E em 2009 e 2010 foram lançadas 4 novas edições. Em Paris, além dos matutinos, há um vespertino gratuito.

Também iam salvar o jornalismo...
Há 3 anos havia quem acreditasse que os gratuitos iam salvar o jornalismo. O fenómeno estava em grande em Portugal e fiz uma reportagem para o P2, no Público, acerca deles. Fiz também uma pequena infografia dinâmica e interactiva, um mashup, que se actualizava autonomamente. Infelizmente, já não se actualiza na totalidade, tendo havido links que se quebraram.

Esse escaparate está disponível no meu endereço. Uma imagem abaixo.