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Google Pac Man é o título da coluna de hoje no Correio da Manhã. Em vez de repetir aqui a sua publicação, fica o link para o artigo dentro do site do jornal.

Recordo que aqui mesmo, na extensão online da coluna, publiquei ontem uma notícia em cima da hora sobre o logotipo da Google.

Entretanto, hoje iniciei a colaboração episódica Mundial na rede, uma coluna inserida na separata Mundial 2010 que o Correio da Manhã publica de hoje, 22 de Maio, até ao final da competição. O primeiro artigo intitula-se Zé "web" Castro e é sobre a arma secreta de Carlos Queiroz (atrás da qual o Sporting já andou, parece que repetidamente). Mesmo sem compreender Queiroz, fiquei fã do Zé Castro :)

A Google tem marcado o crescimento da Internet de forma bem vincada. A sua personalidade vai fazendo a história da rede e das suas culturas.


Hoje, mais um admirável exemplo: assinalando os 30 anos do famoso jogo de consolas Pac Man, a empresa arriscou modificar o logotipo do seu motor de pesquisa, tornando-o numa cópia do jogo -- uma cópia jogável, entenda-se!

Não é novidade a Google modificar o seu logotipo para um aniversário ou outro marco (aqui a colecção oficial dos logotipos da Google). Mas nunca tinha visto um que fosse também um jogo...



ACTUALIZAÇÃO: um press-release da Google, recebido minutos depois de ter escrito o artigo, confirma que é o seu primeiro logotipo (eles chamam-lhe doodle) interactivo. Segue excerto da nota de Imprensa:

Hoje, dia 21 de Maio, assinalando o 30º aniversário do Pac-Man, um dos mais reconhecidos ícones da história dos jogos, a Google anuncia o seu primeiro doodle interactivo e jogável. Nele, os utilizadores poderão reviver tempos antigos e nostálgicos e jogar um dos jogos mais adorados dos anos 80 (e talvez de todos os tempos) a partir do doodle Google.


Para prestar a homenagem que o Pac-Man merece, enquanto elemento inovador no mundo dos jogos, a Google incluiu no doodle muitas das características únicas do jogo original Pac-Man. Da recriação das distintas personalidades dos diferentes fantasmas Inky, Blinky, Pinky e Clyde aos bugs de programação do jogo original, o designer da Google, Marcin Wichary com o Google doodler, Ryan Germick, permaneceram o mais fiéis possíveis ao espírito do Pac-Man.


Através de um simples clique no botão “inserir moeda” que substitui o botão “sinto-me com sorte” no motor de pesquisa ou aguardando-se dez segundos, o jogo irá iniciar-se automaticamente. Os utilizadores terão depois 48 horas para tentarem atingir o nível 255, até que o doodle saia de cena.
Nem por um instante duvido que a agência que fez a campanha portuguesa do Mitsubishi ASX já canta vitória e vai, se o não fez já, impressionar o cliente com os "resultados". Desde que falem de nós, não há má publicidade.


(foto de Wonderm00n)

Mas a campanha é também uma prova da ignorância com que pessoas do meio da publicidade continuam a movimentar-se na rede. Isto quando passamos o ano de 2010, quase duas décadas passadas sobre a invenção da World Wide Web.

Quando vi o outdoor pela primeira vez -- um sorvedouro de gasolina pintado de azul com um facebookiano botão "+1 Add as Friend" -- sorri. Apostei logo ali, na Segunda Circular, que vinha aí borrasca. É quase uma regra, isto de os publicitários se verem compelidos a imitar o que é criado no âmbito da cultura popular, levando os sinais para dentro dos anúncios. Quase sempre o resultado final é do género mais-valia-estarem-quietos.

Claro que este meu pensamento é o que os publicitários classificarão de arrogância elitista. Os "números", dizem eles, legitimam a sua afirmação.

Quem sou eu para os contrariar.

Acontece apenas que tenho uma opinião sobre os autores desta campanha. Não é uma opinião lisonjeira. Eu até admito como válida a ideia de aproveitar a onda popular de reconhecimento pictórico do botão do Facebook, sobretudo -- e isto é importante -- entre as pessoas que são o alvo do anúncio. Daí em frente, está tudo errado.

Não vou tão longe como o Fernando Fonseca no título O Mitsubishi ASX no Facebook ou como ser estúpido que nem uma porta, Fernando que ainda por cima, há semanas, tinha escrito um artigo cuja leitura é altamente recomendável a todos os publicitários: Como as marcas andam a invadir a nossa privacidade no Facebook. Nem posso ser tão detalhado como o Bruno Ribeiro, que explica tudo muito bem explicadinho neste artigo, Mitsubishi Gasta Dinheiro Para Mostrar que Não Percebe o Facebook.

Sintetizo os principais argumentos antes de finalizar:
  • O Facebook tem um enquadramento próprio para as promoções: chama-se "página". A campanha ignorou os termos de utilização do Facebook e, pior, as suas práticas comuns;
  • O Mitsubishi ASX tem um perfil no Facebook como se fosse uma pessoa, o que é:

    1. contra as regras do Facebook;
    2. desrespeitoso para com as pessoas que têm perfis no Facebook;
    3. insultuoso para quem aprecia as diferenças, favoráveis ao consumidor, do ambiente da rede face ao ambiente dos media antigos;
  • Usar um perfil implica obrigar o interessado no carro a uma acção aberrante: amigar-se com um veículo para obter mais informação sobre ele. A forma correta está no botão ao lado: criar uma página da qual as pessoas possam, ou não, gostar, mas na qual podem consultar livremente toda a informação.
Para ficar bem na fotografia do cartaz e dar um toque de modernaço ao SUV, a agência sacrificou a relação com a web, o ambiente reticular e as suas regras de funcionamento. Se a ideia era reduzir o cartaz --propaganda de massas como nenhuma outra -- a um link (errado, ainda por cima, como se vê na foto acima) para um site onde a comunicação é errada, como comprova o reduzido número de "amigos" (média de 120 por dia na última semana), menos sentido faz.

Se não foi ignorância, foi o quê?

Termino com o website do novo ASX. Parto do piedoso princípio que a agência pediu autorização ao Facebook para copiar o design. Dito isto, a colagem gráfica ao Facebook pode parecer muito criativa no primeiro olhar mas ao segundo revela-se precisamente o contrário. É uma cópia desinspirada e sem sentido e, em última análise, cria uma camada de ruído que não ajuda a perspectivarmos o veículo enquanto tal.



Os empresários dos media têm preferido recriar os muros para colocar os conteúdos dentro, meter uma porta e cobrar acesso para os dois lados. Contam-se pelos dedos de uma mão os exemplos de jornais no mundo inteiro que já perceberam que (re)criar a escassez é um caminho preferível. Eis mais um exemplo de como se pode criar escassez num mundo de abundância -- e lucrar com isso sem afetar a marca e a relação com a audiência.

O exemplo é a da Teefury. A Teefury vende t-shirts para todo o mundo. Eu já comprei meia dúzia, a 9 dólares a peça (mais portes). O que me leva, e a milhares de pessoas diariamente, a comprar por 9 dólares uma t-shirt estampada, do género da que podemos comprar por metade do preço num mercado de rua?





Mais pertinente: o que nos leva a assinar o feed e a regressar periodicamente à Teefury, com algum entusiasmo?

A primeira resposta é a resposta óbvia: porque as t-shirts da Teefury são desenhadas por artistas.

É uma boa resposta, mas é a resposta errada. Sim -- o facto de designers produzirem as estampas é marcante, mas não é isso que nos leva a voltar à Teefury. Prova: há na rede muitas lojas de t-shirts desenhadas por artistas, já comprei nalgumas e não voltei a nenhuma, nem recordo os seus nomes.

O que nos leva de volta à Teefury é o hábil mecanismo de produzir escassez que os criadores do serviço inventaram. A Teefury não tem inventário. A Teefury não tem arquivos. A Teefury selecciona desenhos criativos e exclusivos, estampa-os e vende produtos únicos em janelas de 24 horas no máximo de 3 unidades por encomenda. Chegado ao fim do prazo, puff, ardeu. (O artista pode repetir o design noutro sítio, sim, mas não é a mesma coisa. Se fosse, repetiam.)

Os produtos da Teefury têm qualidade autoral, mas é desigual através dos tempos. Não são repetíveis. A Teefury não tem problemas de armazenamento nem fica com sobras: todos os dias, manda estampar o número exato de t-shirts encomendadas.

Enquanto nas águas o segredo do lucro com um produto grátis está na embalagem, certificação de gosto e qualidade e sobretudo no marketing, neste negócio com um produto de extrema abundância e preço reduzidíssimo o segredo está na irrepetibilidade da operação e na ausência dos custos normais do comércio. Aquela t-shirt só ali está durante um dia, é pegar ou largar, não haverá mais amanhã, é fabricada à medida das encomendas. Aquela t-shirt não vai aparecer nos saldos.

Uma das regras essenciais da web é recompensar a originalidade. Este ambiente não é para monges copistas. Quem fornece conteúdo indiferenciado não pode esperar em troca senão recompensa de baixo ou nulo valor.

Dentro de dias voltarei a escrever profissionalmente sobre futebol. Durante a campanha do Mundial 2010 terei uma coluna diária no Correio da Manhã intitulada Mundial em rede. Trata-se de um regresso ao futebol, ainda que temporário.
Comecei a minha carreira de jornalista no dia 1 de Outubro de 1981 na Gazeta dos Desportos. Estive no desporto, sobretudo no futebol mas não só (cobri muito vela e ciclismo), por mais de uma década.
Desde o início da década de 90 que não escrevo profissionalmente sobre futebol. Tenho-o feito, mas num âmbito pessoal, aqui no C!.
Para os leitores do Correio da Manhã levarei diariamente uma selecção dos melhores exemplos que se poderão encontrar nas redes acerca do próprio Mundial, dos países envolvidos e dos intervenientes.
Estou expectante. Penso que vai correr bem. Até porque tenho deste Mundial alguma distância: nem a selecção de Carlos Queiroz me provoca particular excitação (em qualquer sentido, positivo ou negativo), nem a competição em si se afigura excitante. Vivemos uma época em que o número de homens a jogar futebol com brilho é reduzido (não estou a falar de malabaristas da finta) e por outro lado há uma primazia do futebol industrial (os clubes).
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Várias pessoas proeminentes disseram esta semana adeus ao Facebook. Abriu o site www.quitfacebookday.com que aponta o dia 31 deste mês para a saída em massa. As razões da irritação são as constantes modificações dos termos de utilização, que sempre redundaram em quebra de privacidade. Mas há sinais de manipulação: alguns dos primeiros desistentes têm interesses em projectos que o Facebook assombra. E é duvidoso que as massas se importem com a troca. A noção do que é privado e pessoal está a mudar geracionalmente e nenhuma campanha evitará isso.

Audiência online
Huffington Post fez 5 anos e a fundadora recebeu esta prenda: a manter-se crescimento, ultrapassará o New York Times em leitores já este ano


Nelson Évora está no Twitter. @NeEvora já vai em 700 seguidores em menos de um mês. No Brasil Ronaldo não foi convocado por Dunga e vai comentar o Mundial. Onde? No Twitter. Pago pela Claro, um operador de rede móvel. Desde o anúncio, @ClaroRonaldo voou de 30.000 para cima dos 100.000 seguidores e vai chegar aos 250 ou 300.000 quando a prova começar. Comum às duas contas é a ligação aos patrocinadores. Novo degrau na escada da desintermediação da publicidade. Com os atletas de topo transformados em meios de comunicação de massas, o que sobrará para os jornais?

CatRoulette
Do ChatRoulette já ouvimos falar. E do CatRoulette? Os melhores momentos de gatos frente à webcam e as reacções dos humanos. http://s3g.me/9jo