Vários leitores me perguntaram qual a razão da opção pelo Blogspot para alojar o Ondas na Rede. Na realidade, desde o momento da opção que tencionava escrever um post sobre ela, uma vez que é insólita.
Insólita não no sentido de estranheza pela plataforma: conheço-a desde que há blogs e se é verdade que nunca editei nenhum blog meu no Blogspot, experimentei a plataforma nas suas duas versões, quer por razões profissionais de acompanhamento, quer para realizar migrações de blogs de amigos e familiares.
Insólita porque eu sou -- pensam as pessoas -- um defensor do WordPress. E também um defensor dos blogs alojados em servidor próprio.
A segunda é mais certeira que a primeira. Os meus blogs, pessoais e profissionais, foram produzidos em 3 plataformas diferentes mas sempre em domínio próprio.
Usei primeiro um sistema que não ficou para a memória, depois o Movable Type e finalmente estabilizei no Wordpress. Usei o domínio pauloquerido.com, pauloquerido.net e ultimamente o pauloquerido.pt (recuperando o .com para um segundo blog em Inglês sobre o jornalista programador).
Uso e recomendo em geral o Wordpress na versão de alojamento próprio. Caso não possa ser (o alojamento próprio comporta custos), recomendo o Wordpress.com, que usa o mesmo motor editorial mas com limitações, decorrentes do alojamento num subdomínio do wordpress.com (género pauloquerido.wordpress.com).
O Blogspot, com o motor editorial Blogger, é a segunda escolha. A terceira, lá ao longe, o Typepad. Ou nem isso: hoje as plataformas de microblogging, como o Tumblr, resolvem. E ainda pensei no Tumblr, do qual gosto muito.
Cada vez mais estranho!, pensa agora o leitor. Então veio para a segunda escolha?
Simples. Eis as três razões.
Primeiro, o blog aqui é temporário. A decisão de colaborar com o Correio da Manhã foi tomada por mim e pelo Octávio Ribeiro muito depressa, e não havendo nada que me impedisse de começar a escrever na semana seguinte, assim se fez. Ora, activar o blog no domínio do Correio da Manhã era impraticável em tão curto período de tempo, dadas as circunstâncias comuns nos jornais portugueses.
Assim, se queria começar o blog no mesmo tempo da coluna, como acho que deve ser, eu necessitava de o abrir por minha conta.
Segundo, precisava de simplicidade e de não desperdiçar tempo. Nada de elaborados blogs com plugins e temas, alojados em domínio próprio.
Logo, teria de ser numa plataforma onde seja fácil criar um blog, fácil meter-lhe um template decente, e seguir para bingo. O primeiro pensamento foi para o Tumblr, mas não resistiu à triagem: é demasiado simples e "longe" de como em Portugal vemos os blogs, e tinha uma curva de aprendizagem pior para mim, que conheço mal aquilo.
Restavam Wordpress, escolha óbvia, e Blogger, depois.
Terceiro, e determinante para excluir a escolha óbvia: queria incluir conteúdo externo, por Javascript ou até mesmo HTML frame, e isso não é permitido no Wordpress.com nas contas normais.
A terminar, a surpresa. A plataforma Blogger tem evoluído menos, e devagar, mas não esteve parada. Há vantagens na associação ao Google-motor de pesquisa, uma vez que começa imediatamente a ser indexado. Já tem publicação diferida -- a capacidade de agendar a publicação de um post numa data futura, uma funcionalidade que não tinha há uns tempos, quando cá andei pela última vez.
Está explicado. Não sei, ainda, quando migrarei o Ondas na Rede para a sua casa natural, no Correio da Manhã, mas até lá estamos aqui muito bem colocados.